Na estrada

Acabou de acontecer uma das coisas mais maravilhosa e estranha da minha vida.Tenho vontade de chorar e de sorrir ao mesmo tempo, de gritar para o mundo e pedir a Deus para voltar a 20 minutos atrás.
 Hoje era para ser um dia normal, quinta-feira, dia em que nunca foi considerado de sorte para mim. Acordei já sabendo que teria que ir até o centro de estudos fazer a solicitude do meu diploma. Após sair de lá, fui voltando pelo mesmo caminho, porém, dessa vez atravessei para o outro lado da rua. O sol estava quente e o ar abafado, 28º. Depois de algum tempo andando, mais a frente vieram dois rapazes com mochila nas costas e me perguntaram: "Hola, en que dirección se va para tarragona"? Ele estava me perguntando em que direção se ia para cidade Tarragona, que fica a uns 20 minutos de carro. Então gentilmente eu expliquei, que quando pego ônibûs ele vai por uma rua mais a frente e segue tudo reto. Então, como era meu caminho, fui caminhando junto com eles. Um deles ficou calado todo o tempo, mas o que estava ao meu lado, começou a puxar conversa.
No começo, ele perguntou de onde eu era. Eu falei: Brasil! Ele abriu um sorriso e seus olhos brilharam! E ele com seu jeito simpático disse: "Eú falû Brasilero". Então eu perguntei onde ele havia aprendido. E ele me respondeu que já viveu na Argentina e tinha amigos brasileiros. A conversa foi fluindo de uma tal maneira. Que deu tempo até de falar que eu estudei aqui, que pretendo fazer Biomedicina e que em alguns dias estarei em um aeroporto pegando um avião para meu país de origem.
Quando chegamos na tal rua que segue tudo reto, ele ficou me perguntando várias vezes onde era, sendo que se via que era apenas seguir reto. Acredito que essas perguntas óbvias era apenas um pretexto para poder ficar mais, ali conversando comigo.
 Assim que virei as cosas e disse adeus, me deu uma tristeza. Parecia que nós nos conhecíamos há anos, mas não, era apenas poucos minutos, mas suficiente para me fazer querer estar com ele por um tempo indeterminado.
 Desde que vim para cá, sempre que saio na rua as pessoas vem me pedindo informação, acho que tenho alguma coisa que as atrai. E todas as vezes, as perguntas e respostas foram curtas e breves. Mas dessa vez foi diferente.
Agora estou aqui sentada, pensando no quanto eu fui burra de não ter perguntado seu nome, alguma coisa, facebook não sei.
Quem sabe um dia, em uma dessas aventuras dele, de sair andando a longas distâncias, ele me encontre no caminho. Mas ai me lembro que tenho poucos dias aqui.
Quem sabe daqui a alguns anos ou dias, a gente se esbarre de novo, ou não.